Mesmo que o mundo não me veja, estou aqui Você pode me observar sentada em um trem, um ônibus, perambulando por uma rua cercada pela iluminação inclemente e álgida de postes de luz. Os cabelos caem em meu rosto em um dia, outro estão tão presos que parecem que foram costurados na cabeça. Passo abraçada em jaquetas, correndo com regatas, ajeitando uma saia prensada, jeans que pulam do azul para o cinza dependendo do ângulo das nuvens. Entre copos regados de cafeína, livros e a solidão de um celular tocando Five for Fighting , seu olhar pousa em mim como uma mariposa guiada por uma fagulha de luz. Isso irá durar talvez dois, cinco, dez segundos. Depois sou novamente invisível. Mergulhada no sol da manhã posso até acreditar nisso. Na minha invisibilidade. Em como a multidão de corpos em uma praça pode ofuscar meu próprio corpo. Em como o som de tantas vozes podem calar a minha. Em como cada passo e batida de bota, sandália e tênis pigmentados com a poeira de ontem é capaz de
Comentários
Postar um comentário