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Mostrando postagens de fevereiro, 2018
Quando meus amigos se tornaram estranhos? Passo pela rua. É uma daquelas vias entupidas de gente e barulho, uma avenida bem comprida, pessoas atravessando, empurrando e falando tão apressadamente que seria impossível um ser humano normal acompanhar tantas vozes. E em meio a tantas pessoas, encontro seu olhar. Você era meu amigo no colegial. Do tipo de amigo que você divide o lanche e os segredos com a mesma facilidade que respira. Fazia anos, mas ainda conseguia encontrar os traços que te definia naquele corpo adulto. O sorriso apolíneo e charmoso, a covinha no canto esquerdo da bochecha. Seus olhos, a mesma cor, o mesmo castanho escuro, a mesma intensidade e enigma. Era você. Nossos olhos se encontraram por um décimo. Cruzando, enquanto o mundo parecia parar de girar. Então tudo acabou. Prosseguimos em lados opostos, embora meu coração palpitasse por uma palavra apenas. Quando nos tornamos estranhos? Caminhei pensando com quantas pessoas isso tinha acontecido. Amig
AMIGOS Os dias podem ser sombrios Você pode não acreditar Não existe um amanhã Ou um porque lutar Sei, tudo parece horrível E você pode desmoronar Mas não vou deixar Não, eu jamais irei deixá-lo desistir Somos dois amigos Você e eu, o mundo é nosso E eu sempre terei um ombro Quando tudo que te resta, são escombros Você pode chorar agora Não se incomode se as lágrimas Caírem de seus soluços mudos Sinta agora, eu serei seu escudo Eu posso cair também É tão fácil se sentir fraco Tao difícil não desabar É impossível superar É sua vez agora De sentir o peso do silencio Mas eu serei sua voz vibrante Serei suas notas de diamante Então sinta meu ombro Você e eu, somos amigos E eu te protegerei E na escuridão, eu te abraçarei É tudo que você precisa É tudo que posso dar Em seus momentos amargos Quando você não pode falar Sim, eu te darei meus ombros E tudo que te peço É o conforto de sua respiração Suas
                          Você transformou meu inverno em verão As paredes ao meu redor pareciam feito de gelo, resistente, azul e eterno. A estrutura do inverno e da neve que corrompiam o outono cheio de dourado e meu coração. Tentava quebrar a monotonia, descosturar as barreiras dos fios de cobre de mais uma relação sem calor. Algo que eu mesma dei um fim, por não ser amada. Um dia eu seria realmente amada por alguém? Eu buscava cores, quando apenas sentia o cinza. Olhava para o céu buscando o azul, mas via apenas nuvens. Era outono, mas parecia que havia cristais de gelo formigando minha pele, gelando com o sabor do fim. Conhecer você foi um acaso. Não sei se é pertinente colocar toda a minha fé em algo que as pessoas chamam de destino e, mesmo se fosse, talvez não estivesse pronta para admitir. Sei apenas que, conforme iria conhecendo, os dias começaram a se tornar menos frios. Não que ainda não sentisse o gelo. Não que não colocasse um casaco como se o mundo foss
               Amar não é sinônimo de fraqueza, mas de força Amar está se tornando uma raridade, um diamante em meio a pedras que apenas brilham sutilmente. Mesmo sendo uma palavra simples, apenas quatro letras e um som tão comum e breve, é incrivelmente rara. Poucas pessoas hoje falam sobre amar, que amam. É como se pronunciá-la em voz alta trouxesse correntes que afundariam o coração para o fundo mais profundo do oceano. Declarar é como se afastasse, não aproximasse. Elas contornam a palavra. Diz qualquer outra que não tenha tanto impacto. Forçam a interromper uma conversa abruptamente, apenas para impedir que ela escorregue para fora da boca. Mordem os lábios quando a primeira letra da palavra ameaça a se despejar em um sussurro. Preferem que ela deslize escondida, frágil, para dentro da sua própria segurança. Talvez tenham medo de se ferir. De se machucar. O amor pode fazer isso, não? E se for correspondido? E se não for? E se tudo que você sente seja apenas uma ilusão
Mesmo que o mundo não me veja, estou aqui Você pode me observar sentada em um trem, um ônibus, perambulando por uma rua cercada pela iluminação inclemente e álgida de postes de luz. Os cabelos caem em meu rosto em um dia, outro estão tão presos que parecem que foram costurados na cabeça. Passo abraçada em jaquetas, correndo com regatas, ajeitando uma saia prensada, jeans que pulam do azul para o cinza dependendo do ângulo das nuvens. Entre copos regados de cafeína, livros e a solidão de um celular tocando Five for Fighting , seu olhar pousa em mim como uma mariposa guiada por uma fagulha de luz. Isso irá durar talvez dois, cinco, dez segundos. Depois sou novamente invisível. Mergulhada no sol da manhã posso até acreditar nisso. Na minha invisibilidade. Em como a multidão de corpos em uma praça pode ofuscar meu próprio corpo. Em como o som de tantas vozes podem calar a minha. Em como cada passo e batida de bota, sandália e tênis pigmentados com a poeira de ontem é capaz de